MINISTÉRIO DA CULTURA e PONTILHADO CINEMATOGRÁFICO apresentam

Premiação VI Cine Jardim

VOTO POPULAR

MOSTRA PASSARINHO: VENTO VIAJANTE, ALUNOS DO PROJETO ANIMAÇÃO MARLIM AZUL
MOSTRA VOO LIVRE: AZUL, DE TAUANA UCHÔA
MOSTRA REVOADA: HOJE SOU FELICIDADE, DE TIAGO AGUIAR E JOÃO LUÍS
MOSTRA ROTAS DE MIGRAÇÃO: ELEVADOR, DE HELENO FLORENTINO
MOSTRA DIVERSIDADE DE VOOS: BATOM VERMELHO SANGUE, R.B. LIMA

JÚRI OFICIAL MOSTRA DIVERSIDADE DE VOOS

Melhor Filme: PIU PIU, DE ALEXANDRE FIGUEIROA

JÚRI OFICIAL MOSTRA COMPETITIVA DE CURTAS-METRAGENS LATINO-AMERICANOS

VOTO POPULAR: MEMÓRIAS DE QUINTAL, DE SIMONY LEITE SIQUEIRA E LORENA D’AVILA
PRÊMIO JÚRI JOVEM E PRÊMIO MISTIKA POST, QUATRO MIL REAIS EM SERVIÇOS DE PÓS-PRODUÇÃO: CADEIA ALIMENTAR, DE RAPHAEL MEDEIROS

PRÊMIO DE AQUISIÇÃO ELO COMPANY: ANGELA, DE MARÍLIA NOGUEIRA

MELHOR CONCEPÇÃO DE SOM: EX-HUMANOS, DE MARIANA PORTO
JUSTIFICATIVA: O PESO DE UM DÉJÀ-VU OU UM LA JETÉE À BRASILEIRA, A DROGA DA METALINGUAGEM NOS INVADE VORAZ EM VÁRIAS CAMADAS, SEJA PELO SOM DIRETO, PELO DESENHO DE SOM, PELA MÚSICA ORIGINAL OU PELA MIXAGEM. VÁRIOS TEMPOS, EM TEMPOS NENHUM. ASSIM, O PRÊMIO DE MELHOR CONCEPÇÃO DE SOM VAI PARA

MELHOR MONTAGEM: ATORDOADO, EU PERMANEÇO ATENTO, DE LUCAS H. ROSSI DOS SANTOS & HENRIQUE AMUD
JUSTIFICATIVA: O EXERCÍCIO DE REUNIR MATERIAIS DE ARQUIVO E, AO MESMO TEMPO, UMA MEMÓRIA QUE ENSAIA, FABULA E REVIVE A DOR ATEMPORAL QUE VIVEMOS, POR SI, JÁ O QUALIFICA COMO URGENTE. AO MESMO TEMPO, TAMBÉM O REVERENCIAMOS PELA POTÊNCIA ESTÉTICA DE UM TRABALHO QUE ESCOLHE NA MONTAGEM SEU GRANDE ALIADO DE COMPOSIÇÃO E EXPRESSÃO.

MELHOR ROTEIRO: CINTÍA BITTAR, PELO FILME BAILE.
JUSTIFICATIVA: UM DIA, BASTA UM DIA PARA A PEQUENA HEROÍNA CONSTATAR A CONDIÇÃO DE EXCLUSÃO DA MULHER NEGRA EM UM MUNDO GOVERNADO POR HOMENS BRANCOS E PERCEBER QUE A REAÇÃO POLÍTICA VIRÁ DA FORÇA E DA DELICADEZA DOS PEQUENOS GESTOS. POR CONSTRUIR UMA EPIFANIA A PARTIR DA DIALÉTICA ENTRE A EXPERIÊNCIA COTIDIANA CONCRETA E A MEMÓRIA ANCESTRAL, O PRÊMIO DE MELHOR ROTEIRO VAI PARA CINTÍA BITTAR, PELO FILME BAILE.

MELHOR IMAGEM: EPIRENOV, DE ALEJANDRO ARIEL MARTIN
JUSTIFICATIVA: A DISTOPIA É REAL, UMA CASA PERDIDA NO DESERTO. O FILME PRODUZIDO PELA ESCOLA DE CINEMA E TV DE ROSÁRIO, OBVIAMENTE EM REGIME COLABORATIVO, EM 2019, NOS DIRECIONA PARA O QUÃO ÁRIDO SERIA NOSSO ANO SEGUINTE. O TRABALHO IDEALIZADO POR ALEJANDRO ARIEL MARTIN NOS AJUDA A COMPREENDER QUE PELA ARTE E PELO PENSAMENTO FOTOGRÁFICO, PODEMOS CAMINHAR EM DIREÇÃO AO NADA E NELE ENCONTRAR A NÓS MESMOS, A FIM DE RENASCER.

MELHOR ATUAÇÃO: TEUDA BARA, DO FILME ANGELA.
JUSTIFICATIVA: PARA ANGELA, TÃO NATURAL QUANTO OS SEUS EXAMES É O ESTRANHAMENTO DAS PESSOAS EM SUA LIBERDADE EM COLECIONAR DOENÇAS. ALÉM DA PERSONAGEM, O QUE VEMOS É A INCRÍVEL TEUDA BARA, ORGÂNICA E IMPERTURBÁVEL, CAMINHANDO POR TODOS OS PLANOS DA TELA SEM PEDIR LICENÇA, SOB O DOMÍNIO DE MUITAS TÉCNICAS, E É ISSO QUE TANTO APLAUDIMOS NESTE PRÊMIO DE MELHOR ATUAÇÃO VAI PARA A GIGANTE TEUDA BARA, DO FILME ANGELA.

MELHOR DIREÇÃO: REBENTO, DE VINÍCIUS ELIZIÁRIO
JUSTIFICATIVA: TOMANDO OS VERSOS DE GILBERTO GIL E ELABORANDO UMA NARRATIVA EM QUE O SUBSTANTIVO ABSTRATO SE TORNA AÇÃO NO PRESENTE DO INDICATIVO, O PRÊMIO DE MELHOR DIREÇÃO VAI PARA UM CURTA QUE CONSTRÓI, DE FORMA MUITO SENSÍVEL E AUTORAL, A RUPTURA DE UMA TRADIÇÃO MACHISTA E TÓXICA.

PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI: 23 MINUTOS, DE RODRIGO BEETZ E WESLEY FIGUEIREDO
JUSTIFICATIVA: NÃO É SÓ PELA RESISTÊNCIA, PELA LUTA, PELO GESTO E PELA FORÇA DA PALAVRA QUE ESTE FILME É VENCEDOR. É TAMBÉM PELO CINEMA QUE ELE ABRIGA. TANTOS RIOS 40 GRAUS DESAPARECEM TODOS OS DIAS PELAS CHAMAS QUE QUEIMAM O PAÍS. SE ISSO É VENCER NA VIDA, QUE TRAJETÓRIA É ESSA? SALVEM A CINEMATECA BRASILEIRA. SALVEM A CULTURA BRASILEIRA.

MELHOR CURTA-METRAGEM LATINO-AMERICANO E PRÊMIO EDINA FUJII NO VALOR DE SEIS MIL REAIS EM LOCAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE ILUMINAÇÃO, ACESSÓRIOS E MAQUINÁRIA DA EMPRESA NAYMOVIE: NIMBUS, DE MARCOS BUCCINI
JUSTIFICATIVA: O QUE SERIA DA AMÉRICA LATINA SE NÃO O PODER DA NATUREZA SOBRE O SEU POVO? CELEBRAMOS ESTE FILME PELA TEMPESTADE SIMBÓLICA E PLÁSTICA QUE ELE NOS OFERECE. SEU SOM, SEU ROTEIRO E, CLARO, SUA INVENTIVIDADE ARTÍSTICA NOS REÚNEM ENQUANTO NAÇÃO EM CONSTANTE PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO.

JÚRI OFICIAL MOSTRA COMPETITIVA DE LONGAS-METRAGENS BRASILEIRO

VOTO POPULAR: A MULHER DA LUZ PRÓPRIA, DE SINAI SGANZERLA

MELHOR CONCEPÇÃO DE SOM: TONINHO MURICY, PELO FILME SERTÂNIA
JUSTIFICATIVA: A PRECISÃO SONORA NO FILME ACRESCENTA UMA CAMADA DE SENTIDOS FUNDAMENTAL PARA A (RE)CONSTRUÇÃO DE UM IMAGINÁRIO DO SERTÃO NORDESTINO. O METICULOSO TRABALHO DE SONS DIEGÉTICOS, CONSTRUÍDOS EM DETALHES MINIMALISTAS, É PROFUNDAMENTE CONTRASTADO COM UMA MÚSICA QUE INCIDE DE FORMA PODEROSA, REVERBERANDO PELOS ESPAÇOS, ROSTOS E PAISAGENS.

MELHOR TRILHA SONORA: CASA, DE LETÍCIA SIMÕES.
JUSTIFICATIVA: ÀS VEZES INVISÍVEL, A TRILHA SONORA DE O GRIVO TEM O MÉRITO DE NÃO SE DEIXAR PERCEBER, MAS CONDUZIR DE FORMA SENSÍVEL AS INTENÇÕES NARRATIVAS. UM TRABALHO DELICADO QUE PERMEIA TODA A CONSTRUÇÃO IMAGÉTICA DO FILME.

MELHOR MONTAGEM: RENATO VALLONE E GERALDO SARNO, PELO FILME SERTÂNIA
JUSTIFICATIVA: POR CONSEGUIR UNIR MOMENTOS DE TRANQUILIDADE E TENSÃO COM RARA HABILIDADE. A UNIDADE DE SERTÂNIA PASSA POR ESSE CUIDADOSO TRABALHO DE TEMPOS, SONS, RESPIROS E DESESPEROS DE PERSONAGENS, APROFUNDANDO E DINAMIZANDO A FRUIÇÃO DA OBRA.

MELHOR ROTEIRO: GETÚLIO RIBEIRO, PELO FILME VERMELHA
JUSTIFICATIVA: UM ENREDO QUE PARECE FLERTAR COM O ACASO E O IMPROVISO, MAS QUE, NA MESMA MEDIDA, CONDUZ DE FORMA PRECISA SEUS PERSONAGENS REAIS, FICCIONAIS E SOBRENATURAIS. COM CONTRIBUIÇÃO DA MONTAGEM E DOS ATORES, A HISTÓRIA É UM CONVITE PARA UM VOO LIVRE E INSTIGANTE.

MELHOR IMAGEM: THAIS TAVERNA, PELO FILME VIL MÁ, DE GUSTAVO VINAGRE
JUSTIFICATIVA: PELA IMAGEM PERMANENTE, CRISTALIZADA, DE UMA SALA SALMÃO. UM QUADRO ESTÁTICO QUE SE DINAMIZA E TRANSFIGURA ATRAVÉS DAS NARRATIVAS, DOS TEMPOS HISTÓRICOS E DOS AFETOS QUE PERPASSAM UMA ESCRITORA DE LITERATURA SADOMASOQUISTA. FINCA UMA PERSPECTIVA DO OLHAR, ENRAÍZA A FIGURA DA MULHER, E LIBERTA AS POTENCIALIDADES IMAGÉTICAS QUE, AO FINAL, RESIDEM NO ATO DE FRUIR A OBRA.

MELHOR ATUAÇÃO
JUSTIFICATIVA: PARA JULIO ADRIÃO E VERTIN MOURA, PELO JOGO VIGOROSO E COMPLEXO CRIADO ENTRE SUAS PERSONAGENS JESUÍNO E ANTÃO, EM SERTÂNIA. PELA INTEGRIDADE E MAGNETISMO COM QUE CONSTROEM ESSES SERES ANCESTRAIS E MITOLÓGICOS, QUE CONDUZEM O NOSSO OLHAR PARA OS DESDOBRAMENTOS DA TRAMA DE FORMA ENVOLVENTE E POÉTICA.

MELHOR DIREÇÃO: LETÍCIA SIMÕES, PELO FILME CASA
JUSTIFICATIVA: COM MAESTRIA E HABILIDADE NARRATIVA, A DIRETORA-PERSONAGEM RETOMA MEMÓRIAS DO PASSADO COM SUA MÃE E SUA AVÓ. UM ENCONTRO DE GERAÇÕES QUE TOCA EM AMORES E FERIDAS DE FORMA SURPREENDENTE, APROFUNDANDO O DEBATE SOBRE A FAMÍLIA, SUAS INTERAÇÕES CÍCLICAS E A CONDIÇÃO DA MULHER NA SOCIEDADE.

PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI: A MULHER DE LUZ PRÓPRIA, DE SINAI SGANZERLA.
JUSTIFICATIVA: POR RETRATAR COM MUITO VIGOR E BRILHO A TRAJETÓRIA DE UMA DAS NOSSAS MAIORES ARTISTAS DO CINEMA E DO TEATRO, HELENA IGNEZ. PELO REGISTRO HISTÓRICO DO MACHISMO ESTRUTURAL PRESENTE NO UNIVERSO DAS ARTES HÁ DÉCADAS. POR TRAZER A LUZ DAS MUITAS HELENAS, SEJA NA SUA VERTENTE ARTÍSTICA, POLÍTICA OU ESPIRITUAL. PIONEIRA, ABRINDO COM FACÃO O ESPAÇO DAS MULHERES NO CINEMA, MUITO ALÉM DO OLHAR FETICHISTA MASCULINO. SINAI, COM PERSPICÁCIA E DELICADEZA, FAZ UM TRAÇADO IMPORTANTE DE UMA CARREIRA HISTÓRICA. DUAS ARTISTAS, MÃE E FILHA, REESCREVEM E REAFIRMAM JUNTAS A IMPORTÂNCIA DA EQUIDADE DE GÊNERO NA CONSTRUÇÃO DE NARRATIVAS FICCIONAIS E REAIS.

MELHOR LONGA-METRAGEM BRASILEIRO: SERTÂNIA, DE GERALDO SARNO
JUSTIFICATIVA: UM FILME GRANDE. NÃO SOMENTE PELA PRODUÇÃO E COMPETÊNCIA DE REALIZAÇÃO, MAS PRINCIPALMENTE PORQUE DESPERTA UM OLHAR REFLEXIVO SOBRE O SERTÃO E AS LUTAS DO POVO BRASILEIRO. ENTRE A VIDA E A MORTE, A BATALHA DE CANGACEIROS É A NOSSA BATALHA PELA SOBREVIVÊNCIA DO DIA A DIA.